Pular para o conteúdo principal

Mas afinal, se não temos alma, oque reencarna????

Reencarnação????



Ola amigos.

Vou postar uma resposta que encaixa a inúmeras perguntas surgidas desde que a Rede Globo anunciou sua nova novela das seis que começa hoje. Nas propagandas vemos que há uma mensagem que explicita a crença do budismo na "reencarnação", mas trata-se de um equívoco. 

O budismo não prega a reencarnação da alma ou de um espírito, ele delineia o renascimento, o fluxo contínuo de nossa consciência que transmigra de uma existência a outra. Não estamos aqui falando de um corpo etéreo e sem forma, ou de uma manifestação paranormal, falamos na continuidade dos resultados de nossas ações, de nosso karma. E por isso não há uma identidade definida, nem uma caracterização daqueles que renasce.

Mas afinal, quem ou o que renasce? Renascimento ou Reencarnação? Acho que uma visão didática para explicar isso, seria essa...


Imagine um pedaço de terra. Um sítio ou uma chácara. Com cercas, mas ao mesmo tempo integrada com seus vizinhos, como em um condomínio. Imagine, uma porção de terra cercada, com o solo com algumas plantinhas, mas sem nenhuma construção. Pode colocar uma árvore onde você quiser e algumas flores para ficar bonitinho, se preferir.

Pois bem. Agora imagine que você herdou essa propriedade, do jeito que a deixaram, pois simplesmente o último dono, que podia ser seu parente, a deixou para você, com todas as benfeitorias, plantações, dívidas e problemas, também.

Então, imagine-se encostado na cerca, olhando a paisagem e pensando no que poderia fazer com aquele pedaço de solo. Como tudo na vida, você pode simplesmente não fazer nada, ficar ali parado vendo o tempo passar e ver o mato crescer, a árvore dar frutos, as plantinhas florescerem. Porque essta terra, vai ter seu ciclo com ou sem sua interferência.

Mas digamos que você resolve interferir e começa a lidar com a terra. Ara de um lado, gradeia do outro (meu pai tem uma fazenda, é por isso que conheço os termos!) e finalmente resolve fazer uma pequena plantação de milho, que seja. Do outro lado, você semeia árvores frutíferas, umas dez ou doze e na outra ponta constroi um pequeno casebre.

Depois de um tempo, no meio da plantação de milho aparecem alguns pézinhos de feijão. "Mas que coisa estranha!", pensa você. "Eu só plantei milho. Como pode?" Com um pouco de trabalho, você retira os pés de feijão que estavam invadindo seu terreno, só que onde tinha feijão, o milho não nasceu.

Já, do lado do pomar, nem todas as árvores frutíferas germinaram, mas as que se desenvolveram geraram sombra e alimento que garantiu sua subsistência por algum tempo e também lhe garantiu relacionamento com seus vizinhos, pois eles usavam parte do adubo que você gera com as cascas das frutas e os sabugos de milho. Ao mesmo, tempo, sendo que suas terras não tinham água suficiente, você utilizava o poço artersiano de seu outro vizinho. Criando assim, uma relação simbiótica. Interdependente.

Um belo dia, ou não tão belo assim, ao passar com seu trator sobre um monte de terra, abre uma cratera e de lá saem centenas de lagartas que passam a atacar seu milho e seu pomar. "Mas de onde surgiram essas lagartas? Há quanto tempo estavam aí? Porque foram aparecer agora?". Não havia muito o que fazer, além de combater os efeitos da ação das lagartas, uma vez que elas já estavam lá. Foi um período ruim, mas não foi nenhuma tragédia.

Depois de algumas décadas, você resolver partir. Buscar outra terra. E deixa esta que você trabalhou, da maneira que estava. Com sua plantação de milho, seu pomar e seu casebre. Então, você resolve doa-la a outra pessoa, que logo que você sai, ela toma posse dessa sua ex-gleba. E esse novo proprietário, da mesma maneira que você, começa a olhar para a terra e tomar decisões do que fazer: "Continuo com a plantação de milho? Acho que sim. E o pomar? Acho que vou plantar mais árvores. Água? Vou construir um poço, mas ainda mantenho a amizade com meu vizinho. E a casa? Não vou fazer nada com ela, que está bem assim." E o ciclo recomeça.

Nossa vida é a terra, o fazendeiro é nossa mente; a decisão de fazer algo, é nosso pensamento; a plantação, o pomar e o casebre são nossas ações; nossos vizinhos são a interdependencia que temos com todos os seres. As flores, as espigas de milho, as frutas são os resultados de nossas ações, nosso karma. As lagartas e os pés de feijão, são o karma que adquirimos de outras vidas.

Então, o que renasce? A nossa terra renasce, ou seja, ela continua do jeito que a deixamos, mas alguém diferente toma possa dela e assume os efeitos que deixamos lá, tomando suas próprias decisões, baseados em seus próprios julgamentos. Sendo que os resultados das ações desse novo proprietário irá modificar a terra para o próximo dono.

O que renasce é o resultado de nossas ações, pensamentos e palavras.

Espero poder ter ajudado!

Abaixo seguem algumas citações complementares... 

O Venerável Dr. K. Sri Dhammananda, traduzido pelo Dhammacarya Dhanapala (Prof. Ricardo Sasaki) no blog NO QUE OS BUDDHISTAS ACREDITAM : 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CONVERSAS ANÔNIMAS! VOCÊ, SEU NARCISISTA!!!

Gostaria de falar sobre esta postagem: Nada mais comum que uma postagem cheia de senso comum e conhecimento vulgar com uma compreensão enviesada do mundo. Tudo bem até aí? Só que não. Uma postagem assim além de reforçar o senso comum, lhe da uma validade. O que é ERRADO! A afirmação de que todo psicopata é narcisista é "FALSA"! E induz ao erro e preconceitos. Primeiro que não explica de que narcisismo se esta falando , segundo porque também não explica que o termo “psicopata” não é um diagnóstico válido descrito! Nem   está incluído no CID-10 e nem mesmo no DSM-5 ou em qualquer outro manual! Existe um natural "Narcisismo saudável", uma fase do comportamento que visa atender as próprias necessidades de forma equilibrada e respeitosa, sem prejudicar ou explorar os outros. Uma pessoa com narcisismo saudável tem uma autoimagem positiva, uma autoestima elevada, uma autoconfiança adequada e um nível aceitável de auto importância. O narcisismo saudável pode ser visto com

ATENÇÃO!

Você já teve a sensação de que está cada vez mais difícil manter o foco? Vivemos mergulhados numa chuva de estímulos – e isso tem efeitos mensuráveis sobre o cérebro. Veja quais são, e entenda a real sobre a moda que tomou as redes sociais: o jejum de dopamina. Por Bruno Garattoni e Maurício Brum (colaboraram Fernanda Simoneto e Valentina Bressan) Em 9 de janeiro de 2007, às 10h da manhã, um Steve Jobs saudável subiu ao palco do Moscone Center, espaço de eventos que a Apple alugava em São Francisco. “Vamos fazer história hoje”, disse. O iPhone não nasceu bem (dois meses após o lançamento, a Apple teve de cortar seu preço em 30%), mas acabou decolando. Vieram os aplicativos, redes sociais, o Android, a massificação. Hoje, 6,4 bilhões de pessoas têm um smartphone – superando com folga o saneamento básico, que chega a 4,4 bilhões. É bizarro, mas até tem seu nexo: o instinto humano de encontrar algo interessante, e prestar atenção àquilo, é tão primal quanto as necessidades fisiológicas.